- Um hoax é um boato ou engano deliberado que circula na internet em forma de mensagem, e-mail, publicação em redes sociais ou corrente.
- Esses conteúdos exploram medo, curiosidade, indignação ou ganância para levar o usuário a clicar, compartilhar ou fornecer dados sensíveis.
- Reconhecer sinais típicos — como anonimato, falta de fontes, pedidos de encaminhamento e tom alarmista — é fundamental para não alimentar a desinformação.
- Verificar a informação em sites de fact-checking e desenvolver pensamento crítico são as melhores defesas contra hoaxes e outros tipos de boatos digitais.

Você já recebeu aquela mensagem no WhatsApp dizendo que o aplicativo vai passar a ser pago se você não repassar o texto para 20 contatos em 10 minutos? Ou um e-mail dramático alertando sobre um vírus “mortal” que apaga todos os arquivos do computador? Esse tipo de situação é muito mais comum do que parece e tem um nome bem específico no mundo digital: hoax.
Os hoaxes são parte do dia a dia de quem usa a internet, e não é exagero dizer que praticamente todo mundo já caiu ou quase caiu em um deles pelo menos uma vez. Eles se aproveitam da boa-fé, da curiosidade e, muitas vezes, do medo das pessoas para se espalhar em cadeia, consumindo tempo, atenção, recursos tecnológicos e, em muitos casos, causando prejuízos reais à reputação, à segurança e até à saúde.
O que é um hoax e de onde vem esse termo?
Em termos simples, hoax é um engano intencional: uma mensagem falsa, enganosa ou distorcida, criada para parecer verdadeira e ser amplamente compartilhada. Ela circula principalmente pela internet, em e-mails, redes sociais, aplicativos de mensagem, blogs e até em sites aparentemente confiáveis, com o objetivo de desinformar, causar confusão, manipular opiniões ou servir de porta de entrada para fraudes.
No contexto digital, o hoax geralmente assume a forma de correntes, avisos alarmistas, histórias extraordinárias, pedidos de ajuda emocionais ou promessas de recompensas fáceis. São narrativas desenhadas para fisgar a atenção de quem lê e levá-lo a uma reação rápida: clicar, compartilhar, baixar um arquivo, preencher um formulário ou reenviar a todos os contatos.
A palavra “hoax” vem do inglês e costuma ser traduzida como “boato”, “embuste”, “farsa” ou “engano”. De acordo com estudos de filólogos, o termo teria surgido no final do século XVIII como uma contração do verbo “hocus”, relacionado ao truque mágico “hocus pocus”, usado com o sentido de enganar ou iludir alguém. Ou seja, a própria origem da palavra já carrega a ideia de truque, de ilusão proposital.
Na prática, os hoaxes acompanham a humanidade desde muito antes da internet, sob a forma de boatos, lendas urbanas e rumores espalhados boca a boca ou pela imprensa. O que mudou com o ambiente digital foi a escala: hoje, um boato bem construído pode alcançar milhões de pessoas em poucas horas, atravessar fronteiras e idiomas e permanecer circulando por anos, reaparecendo em novos contextos.
Hoax, bulo digital e fake news: qual é a diferença?
Dentro do universo da desinformação, alguns termos se misturam, como hoax, bulo digital e fake news, mas eles têm nuances importantes. Embora muitas vezes sejam usados como sinônimos, vale entender como cada conceito costuma ser empregado em discussões sobre segurança e educação digital.
O bulo digital é, em essência, uma mentira ou boato que circula por meios eletrônicos — e-mails, redes sociais, aplicativos de mensagem e sites. Ele se destina a confundir, manipular ou simplesmente chamar atenção, aproveitando-se da dificuldade de muitas pessoas em checar fontes e da velocidade com que as informações se espalham online.
Já o termo hoax é frequentemente usado para falar de correntes e mensagens em cadeia, pensadas especificamente para serem repassadas de pessoa em pessoa. Elas trazem instruções explícitas para que o leitor encaminhe o conteúdo para “todos os contatos”, muitas vezes prometendo recompensas imaginárias ou ameaçando com má sorte, cobranças, bloqueios de conta e outros dramas.
As fake news, por sua vez, são notícias completamente fabricadas ou distorcidas, com aparência de jornalismo profissional, criadas com intenções políticas, econômicas ou ideológicas. Muitos hoaxes podem evoluir para fake news quando ganham formato de “reportagem”, citações inventadas, gráficos falsos ou supostos estudos científicos que parecem sérios, mas não têm base real.
Em resumo, todo hoax é um tipo de bulo digital, mas nem todo bulo será necessariamente um hoax em forma de corrente; e, dependendo de como são apresentados, alguns hoaxes podem se tornar verdadeiras fake news. Entender essas diferenças ajuda a reconhecer os diversos formatos de desinformação que circulam no nosso dia a dia online.
Exemplos comuns de hoaxes que circulam na internet
Os hoaxes podem tratar dos assuntos mais variados, mas quase sempre giram em torno de temas que despertam emoções fortes: medo, indignação, compaixão, ganância ou curiosidade. É exatamente esse apelo emocional que faz com que sejam compartilhados tão rapidamente, sem que muitas pessoas parem para verificar se o conteúdo é verdadeiro.
Um tipo clássico de hoax é o das falsas promoções ou prêmios irresistíveis, como mensagens do tipo “clique aqui e ganhe um iPhone” ou “você é o visitante número 1 milhão”. Essas mensagens apelam para a ganância e a curiosidade, oferecendo algo que parece bom demais para ser verdade em troca de um simples clique, cadastro ou compartilhamento.
Outro exemplo muito comum são os boatos de saúde e segurança, como alertas sobre alimentos supostamente venenosos, produtos que “fazem cair o cabelo” ou remédios milagrosos que curam todas as doenças. Mensagens dizendo que determinada bebida “contém veneno”, ou que um iogurte muito conhecido “destrói as defesas do corpo”, são típicos ganchos baseados no medo para fazer o conteúdo viralizar.
Existem também correntes de solidariedade ou de apelo emocional, que falam de crianças gravemente doentes, campanhas de doação inexistentes ou pedidos de ajuda que, muitas vezes, já foram desmentidos há anos. Essas mensagens exploram a empatia e a vontade sincera das pessoas de “fazer o bem”, mas acabam gerando ruído, cansaço e, em alguns casos, até servem de isca para golpes mais complexos.
Em outros casos, o hoax pode ser puramente difamatório, atacando a imagem de uma pessoa, empresa, figura pública ou instituição com informações falsas ou sem contexto. Frases de efeito são atribuídas a celebridades ou cientistas famosos, como Einstein, para dar uma aparência de credibilidade que o conteúdo, por si só, jamais teria. Isso pode prejudicar reputações de forma séria e duradoura.
Por fim, há ainda os hoaxes que se disfarçam de avisos técnicos ou mensagens urgentes sobre vírus de computador e mudanças em serviços populares. Frases como “o WhatsApp vai começar a cobrar”, “o seu e-mail será encerrado se não responder a este aviso” ou “este novo vírus apaga tudo e rouba suas senhas” são exemplos de como o medo e a pressa são usados para empurrar o usuário a tomar decisões irracionais.
Hoaxes e vírus: o lado mais perigoso das correntes
Embora alguns hoaxes pareçam apenas brincadeiras de mau gosto ou histórias sem grandes consequências, muitos deles estão diretamente ligados a riscos de segurança digital bem concretos. Eles podem servir de porta de entrada para vírus, malwares, golpes financeiros e ataques de roubo de dados.
Em diversos casos, o hoax vem acompanhado de links suspeitos ou anexos que prometem mostrar um vídeo polêmico, oferecer um programa “indispensável” ou desbloquear uma suposta vantagem exclusiva. Ao clicar, o usuário é redirecionado para sites maliciosos, onde pode ter suas informações coletadas ou ser induzido a instalar softwares que comprometem o computador ou o celular.
Alguns desses boatos são estruturados para gerar FUD — medo, incerteza e dúvida — em relação a vírus supostamente desconhecidos ou pragas digitais que ninguém consegue remover. A partir dessa sensação de pânico, as pessoas passam a encaminhar o aviso para todos os contatos “por precaução”, contribuindo para espalhar o boato e, em alguns casos, a própria ameaça real escondida por trás dele.
Outra técnica perigosa usa imagens embutidas em e-mails ou mensagens para confirmar se aquele endereço eletrônico é válido e ativo. Quando alguém abre a mensagem, o servidor que hospeda a imagem registra o acesso e “valida” o e-mail, que pode, então, ser incluído em grandes listas de spam, campanhas de phishing ou tentativas de golpe — por isso é importante saber como reportar presença de spam na caixa de mensagem quando isso acontece.
Criminosos digitais — muitas vezes chamados de crackers, em oposição ao termo “hacker” em seu sentido original — aproveitam essas estratégias para tentar invadir dispositivos, roubar senhas ou assumir o controle de contas e perfis. Em vez de ataques altamente sofisticados, eles apostam na ingenuidade, no descuido e na falta de verificação das vítimas.
Por isso, desconfiar de qualquer mensagem alarmista que peça cliques, downloads ou compartilhamentos imediatos não é exagero: é prudência básica de segurança. Um simples gesto de verificar a informação antes de repassar pode impedir que você e seus contatos sejam expostos a vírus e outros tipos de ameaças digitais.
Impactos sociais e psicológicos dos hoaxes
Os efeitos dos hoaxes vão muito além de encher a caixa de entrada com correntes chatas ou tornar as redes sociais mais confusas. Eles têm impacto real na forma como percebemos o mundo, confiamos nas instituições e tomamos decisões importantes, inclusive relacionadas à saúde, política e segurança.
Boatos sobre desastres naturais, crises sanitárias ou riscos à saúde podem gerar pânico coletivo, corridas desnecessárias a supermercados ou farmácias e até boicotes a produtos e serviços baseados em informações completamente falsas. Durante pandemias ou emergências climáticas, por exemplo, informações distorcidas sobre vacinas ou “tratamentos milagrosos” podem colocar vidas em risco.
Do ponto de vista psicológico, hoaxes e outros boatos exploram nossos vieses cognitivos, como a tendência a acreditar no que confirma nossas opiniões prévias ou no que é repetido muitas vezes. Quando uma mentira circula por muito tempo e é compartilhada por várias pessoas de confiança, ela passa a parecer verdadeira apenas pela familiaridade.
Há também um uso político e ideológico desses conteúdos, com correntes e boatos direcionados para reforçar discursos de medo, preconceito ou ódio contra determinados grupos. Estudos apontam que notícias falsas e hoaxes podem se espalhar até 70% mais do que notícias verdadeiras nas redes, justamente porque apelam mais fortemente às emoções e à sensação de urgência.
Pesquisas indicam ainda que uma parte significativa dos usuários de internet tem dificuldade em diferenciar informação confiável de boatos, o que aumenta o terreno fértil para que esses conteúdos circulem sem barreiras. Em certos contextos, analisando grupos específicos, foi observado que a maior parte dos bulos compartilhados vinha de perfis com determinada inclinação ideológica, o que reforça a importância de olhar criticamente para aquilo que confirma nossas próprias crenças.
Esses impactos ajudam a entender por que combater hoaxes não é apenas uma questão de “não ser ingênuo”, mas um desafio coletivo ligado à saúde da nossa vida pública, da nossa democracia e da nossa convivência em sociedade. Quando a desinformação vira regra, fica mais difícil construir debates sérios, políticas públicas eficazes e relações de confiança.
Por que os hoaxes se espalham tão rápido?
Se você já se pegou pensando “como é que alguém acredita nisso?”, vale lembrar que a lógica por trás de um hoax é muito bem trabalhada para passar pelos nossos filtros de atenção e senso crítico. Eles são projetados para serem fáceis de ler, emocionalmente impactantes e simples de compartilhar em poucos toques.
Uma das chaves do sucesso dos hoaxes é o uso de ganchos poderosos, que podem ser baseados em medo, dinheiro, saúde, curiosidade ou senso de urgência. Mensagens que dizem que você vai perder dinheiro, ter a conta bloqueada ou ficar sem um serviço importante se não agir imediatamente são exemplos clássicos de como o medo e o valor monetário são explorados.
Outro fator é o apelo à solidariedade e ao desejo de “aviso” ou “proteção” dos outros. Correntes que pedem para você repassar uma informação “para o bem” dos amigos criam um efeito placebo: a pessoa sente que está ajudando, que é responsável e cuidadosa, quando, na verdade, está apenas amplificando um boato sem base.
A ausência de barreiras técnicas para o compartilhamento colabora muito com essa dinâmica: basta um clique para que o conteúdo siga viagem por dezenas ou centenas de contatos. Além disso, algoritmos de redes sociais tendem a privilegiar conteúdos que geram muitas reações, comentários e compartilhamentos — exatamente o tipo de engajamento que os hoaxes buscam provocar.
Um estudo conduzido pelo MIT, por exemplo, mostrou que notícias falsas podem ser compartilhadas em redes sociais muito mais do que notícias verdadeiras e alcançar o mesmo público em um tempo significativamente menor. Isso acontece justamente porque essas histórias são desenhadas para chocar, surpreender ou reforçar narrativas já existentes no imaginário coletivo.
Quando somamos tudo isso à falta de hábitos consolidados de verificação de fontes e à sobrecarga de informação típica da vida digital, temos o cenário perfeito para que os hoaxes prosperem. A boa notícia é que, do mesmo jeito que se espalham, eles também podem ser freados quando mais pessoas passam a adotar uma postura crítica e cuidadosa antes de clicar em “compartilhar”.
Como reconhecer um hoax: sinais de alerta para ficar de olho
Identificar um hoax nem sempre é óbvio, mas muitos deles compartilham características recorrentes que funcionam como bandeiras vermelhas. Ao acostumar o olhar a esses sinais, você já reduz bastante as chances de cair em golpes digitais ou de virar “mensageiro” involuntário da desinformação.
Um primeiro traço marcante é o anonimato: grande parte dos hoaxes não traz autoria clara, fonte verificável ou links para instituições legítimas. Quando há alguma referência, muitas vezes é vaga, genérica (“cientistas descobriram”, “um médico famoso disse”) ou diz respeito a entidades que não existem ou não têm relação com o tema.
Muitos desses conteúdos também evitam mencionar datas específicas ou apresentam o texto de forma atemporal, justamente para que possam continuar circulando por muitos anos sem aparentar estar “velhos”. Boatos desmentidos há uma década seguem reaparecendo com aparência de novidade porque nada neles revela que são antigos.
Outro indicador forte é o tom emocional exagerado, com uso de letras maiúsculas, palavras como URGENTE, ALERTA, PERIGO, além de pontos de exclamação em excesso e imagens chocantes. O objetivo é fazer com que a pessoa reaja impulsivamente, sem parar para checar se aquilo realmente faz sentido.
Os pedidos de reenvio ou compartilhamento também são típicos de hoaxes, muitas vezes com justificativas variadas: “para evitar cobrança”, “para não ter azar”, “para salvar vidas”, “para conscientizar a todos”. Em alguns casos, a mensagem ainda promete algum tipo de “recompensa automática” para quem seguir as instruções, o que simplesmente não tem base técnica nem lógica.
Em termos de forma, muitos hoaxes são escritos em linguagem genérica, fácil de adaptar a qualquer país ou situação, ou usam o padrão de linguagem internacional de cada idioma para circular globalmente. Já o conteúdo, por sua vez, tende a se apoiar em temas polêmicos e atuais, justamente para colar à realidade do momento.
Alguns exemplos conhecidos de ganchos de medo incluem mensagens falsas sobre empresas de tecnologia começando a cobrar por serviços gratuitos, supostas toxinas em alimentos populares, perigos exagerados de chamadas de números “misteriosos” no celular e assim por diante. Quase sempre há uma ameaça implícita de perda de dinheiro, saúde ou segurança, caso o leitor ignore o aviso.
Por fim, a ausência de links confiáveis, citações completas (com autor, data e contexto) e referências a veículos de imprensa reconhecidos costuma ser um forte indício de que vale a pena desconfiar e investigar antes de acreditar. Quando essas fontes aparecem, muitas vezes são forjadas, manipuladas ou simplesmente inventadas.
Boas práticas para não cair em hoaxes e não espalhar boatos
A atitude mais importante diante de qualquer conteúdo impactante que chega pela internet é aprender a desconfiar de primeira, em vez de acreditar automaticamente. Isso não significa viver em estado de paranoia, mas adotar um saudável senso crítico antes de clicar em links ou compartilhar informações com outras pessoas.
Sempre que uma mensagem parecer dramática demais, urgente demais ou boa demais para ser verdade, vale reservar alguns segundos para checar a procedência. Pergunte-se: quem está dizendo isso? Existe alguma fonte oficial confirmando a informação? Há data, assinatura, referência clara a instituições sérias?
Uma pesquisa rápida em buscadores, usando trechos do texto, costuma ser suficiente para revelar se aquele conteúdo já foi apontado como boato ou se há notícias confiáveis a respeito. Muitos hoaxes famosos aparecem imediatamente em sites especializados em desmentir boatos, com explicações detalhadas sobre por que são falsos ou distorcidos.
Além disso, vale prestar atenção à forma como a mensagem é redigida: erros grosseiros de gramática, traduções malfeitas, formatos estranhos de texto e ameaças exageradas costumam ser sinais de que algo está errado. Ao contrário do que muitos pensam, grandes empresas e órgãos oficiais não comunicam decisões importantes por meio de correntes de WhatsApp cheias de letras maiúsculas e emoticons.
Outra boa regra de ouro é nunca clicar ou baixar nada só porque um amigo ou parente insistiu — especialmente se o próprio texto pedir reenviado em massa. Mesmo pessoas próximas podem ter sido vítimas de hoaxes e estarem repassando algo com a melhor das intenções, mas sem saber que se trata de um engano.
Por fim, cultive o hábito de conversar com familiares, colegas e, em especial, com crianças e adolescentes sobre esses riscos. Educar para o uso responsável da internet é uma das formas mais eficazes de reduzir a disseminação de boatos e golpes, criando uma cultura de checagem e prudência em vez de compartilhamento impulsivo.
Ferramentas e recursos para verificar se uma mensagem é verdadeira
Hoje em dia, não é preciso ser especialista em tecnologia para investigar se um conteúdo suspeito é real ou não. Existem diversas plataformas, sites e ferramentas dedicadas a checar fatos, desmontar boatos e analisar imagens e vídeos, que podem ser usadas por qualquer pessoa com alguns cliques.
Sites de fact-checking se especializam em verificar declarações públicas, correntes virais, notícias estranhas e todo tipo de conteúdo duvidoso que circula nas redes. Ao procurar pelo título de uma mensagem, por palavras-chave ou mesmo por prints da informação, é comum encontrar análises detalhadas mostrando se aquilo é verdadeiro, falso, enganoso ou sem base.
Ferramentas de busca reversa de imagem permitem descobrir onde uma foto apareceu pela primeira vez e em que contexto foi usada originalmente. Muitas imagens de supostos desastres recentes ou de fatos chocantes são, na verdade, antigas ou de situações totalmente diferentes, recicladas para ilustrar um hoax atual — por isso vale usar a busca reversa de imagem para checar a origem.
Há também soluções específicas para analisar vídeos e detectar manipulações, cortes fora de contexto ou origem suspeita do arquivo. Em um cenário em que conteúdos audiovisuais ganham cada vez mais peso, saber que ferramentas assim existem é um passo importante para não se deixar enganar por montagens bem-feitas.
Ao combinar o uso desses recursos com uma dose de bom senso e a checagem em fontes oficiais — como sites de instituições públicas, veículos jornalísticos reconhecidos ou comunicados diretamente dos serviços envolvidos — fica muito mais difícil que um hoax passe despercebido. A tecnologia, nesse caso, pode ser usada a nosso favor para desmentir a tecnologia usada para enganar.
Lidar com hoaxes exige uma mistura de curiosidade crítica, responsabilidade ao compartilhar e uso inteligente das ferramentas disponíveis. Mensagens alarmistas, promessas fantasiosas e histórias dramáticas sempre vão existir, mas quanto mais gente souber identificá-las e se recusar a repassá-las, menor será o poder que esses boatos terão sobre nossa vida digital e sobre a forma como enxergamos o mundo.
