Como melhorar o input lag no Windows com ajustes certeiros

Última actualización: novembro 3, 2025
  • Priorize entradas no Windows ajustando o Registro e as portas USB.
  • Use baixa latência e Reflex no driver NVIDIA para cortar filas de frames.
  • Desative recursos do Windows que interferem na resposta de teclado e mouse.

otimizar input lag no Windows

Para quem joga a sério, poucas coisas irritam tanto quanto sentir que o clique do mouse ou a tecla do teclado chega atrasado na tela. Quando falamos em input lag, muita gente aponta logo para o hardware, mas o Windows também tem um papel importante nessa história e, quando não está bem ajustado, pode adicionar milissegundos preciosos. A boa notícia é que existem configurações específicas no próprio sistema, em drivers e em energia que reduzem bem essa latência, ajudando sua mira, seus reflexos e suas ações a “casarem” muito melhor com o que aparece no monitor.

Sem rodeios: vamos entrar em ajustes que realmente mexem no comportamento do Windows – desde a maneira como o sistema prioriza processos de entrada no Registro, até como ele lida com portas USB e recursos que, por economia de energia, podem acordar tarde demais para o seu clique. Também vamos ver opções do Painel de Controle da NVIDIA que cortam o tempo de fila de frames, desativar funções do Windows que atrapalham e comentar ferramentas avançadas como ISLC e Timer Resolution. Se você curte um guia prático e direto, mas com explicação do porquê de cada passo, está no lugar certo.

O que é input lag e por que o Windows influencia

Input lag é o atraso entre o momento em que você executa um comando (mouse, teclado, controle) e o instante em que a resposta aparece na tela. Pode vir do monitor, da GPU, do próprio jogo e, sim, do sistema operacional. Se o Windows segura filas de processamento, “dorme” portas USB para economizar energia ou adiciona etapas extras antes de entregar o input ao jogo, tudo isso vira atraso.

Mesmo sem trocar de hardware, dá para intervir no caminho que o sinal percorre dentro do sistema. O objetivo aqui é reduzir filas, acordar dispositivos USB imediatamente, cortar camadas desnecessárias e garantir que drivers e configurações gráficas trabalhem a favor. Milissegundos parecem pouco, mas no competitivo fazem diferença, e no uso diário deixam a interface mais macia e fluida.

Ajuste a prioridade de processos no Registro do Windows

Um dos ajustes mais efetivos é indicar ao Windows que ele deve dar um trato especial às tarefas de interação. O valor Win32PrioritySeparation, no Registro, controla a separação de prioridade entre processos em primeiro plano e o restante. Ajustando-o, você pede ao sistema para focar na resposta imediata das entradas e da interface.

Siga estes passos com atenção. Faça isso com cuidado e reinicie ao final para aplicar:

  1. Pressione Win + R, digite regedit e confirme.
  2. Navegue até HKEY_LOCAL_MACHINE\SYSTEM\CurrentControlSet\Control\PriorityControl.
  3. Dê dois cliques em Win32PrioritySeparation.
  4. Selecione a base Decimal e ajuste o valor para 40.
  5. Salve e reinicie o sistema.

Ao definir esse valor, você indica ao agendador do Windows para tratar com mais carinho tarefas de primeiro plano, como as que envolvem clique, digitação e animações. Na prática, a sensação é de janelas respondendo melhor e entradas chegando mais “na veia”, sem comprometer desempenho geral.

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Economia de energia: configure as portas USB para reagirem na hora

O Windows 11 (e o 10 também) tem mecanismos de economia que “adormecem” portas USB ou permitem que o sistema desligue hubs quando acha que não estão em uso. Isso é ótimo para notebook e bateria, mas péssimo para latência. Se o mouse ou o teclado leva frações de segundo a mais para acordar a porta, você sente um microatraso incômodo.

Primeiro, desative a suspensão seletiva de USB no plano de energia. Esse ajuste evita que o sistema tente poupar energia “desligando” a porta USB em segundo plano:

  1. Pesquise por Editar plano de energia no menu Iniciar.
  2. Clique em Alterar configurações de energia avançadas.
  3. Expanda Configurações USB → Configuração de suspensão seletiva de USB e coloque em Desabilitado.
  4. Confirme e reinicie.

Depois, garanta que o Windows não tenha permissão para desligar seus hubs raiz USB. Ao evitar que o sistema “corte a energia”, você mantém mouse e teclado sempre prontos:

  1. Abra o Gerenciador de Dispositivos (Win + X → Gerenciador de Dispositivos).
  2. Expanda Controladores USB.
  3. Para cada USB Root Hub (Hub Raiz USB), clique com o botão direito e entre em Propriedades.
  4. Na guia Gerenciamento de Energia, desmarque Permitir que o computador desligue este dispositivo para economizar energia e confirme.
  5. Repita em todos os hubs raiz e reinicie o PC.

Com isso, você remove uma fonte comum de input lag “fantasma”, que aparece e some dependendo do humor do sistema. Muita gente relata uma melhora clara no arrasto de janelas, na rolagem de páginas e na sensação de clique depois desse ajuste.

Reduza a fila da GPU: Painel de Controle da NVIDIA

Se você tem uma placa NVIDIA, o próprio driver oferece recursos para cortar a latência entre o comando e o frame exibido. O modo de baixa latência reduz a fila de frames em preparação, e o Reflex, quando suportado, sincroniza as etapas da renderização para minimizar o tempo total.

  1. Abra o Painel de Controle da NVIDIA.
  2. Nas configurações de programa (ou globais, se preferir):
    • Modo de baixa latência: ative em Ultra.
    • Sincronização vertical (V-Sync): desative se o seu monitor tiver G-Sync ou FreeSync.
    • Frames pré-renderizados (ou número máximo de quadros pré-renderizados): defina como 1.
    • Se sua GPU e jogo suportarem NVIDIA Reflex, mantenha-o ativado para reduzir ainda mais a latência.

Essas opções encurtam o caminho entre a entrada que você faz e a atualização na tela, reduzindo a “fila” que a GPU mantém antes de mandar o frame para o monitor. O resultado é uma resposta mais direta, que melhora tanto em FPS altos quanto em situações de CPU-bound.

Independentemente da sua GPU, vale atualizar os drivers para a versão mais recente. Muitas vezes a NVIDIA (e outras fabricantes) incluem correções que diminuem latência e resolvem inconsistências em jogos.

Desative funções do Windows que atrapalham a resposta

Alguns recursos do Windows são pensados para acessibilidade ou inicialização mais rápida, mas podem interferir na fluidez da entrada. Desabilitar o que você não usa evita atrasos sutis, especialmente em sessões longas.

Comece pelas Teclas de Filtro, que alteram a forma como o Windows interpreta pressionamentos rápidos ou repetidos do teclado. Para quem joga, isso pode virar atraso perceptível:

  1. Vá em ConfiguraçõesAcessibilidadeTeclado.
  2. Desative Teclas de Filtro.
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Depois, desligue o Inicialização Rápida (Fast Startup), que mexe com o ciclo de boot e hibernação do kernel. Em algumas máquinas, isso gera comportamentos estranhos de energia e dispositivos, refletindo em microtrancos e input lag:

  1. Pesquise por Opções de energia no Windows.
  2. Clique em Escolher a função dos botões de energia.
  3. Desmarque Ativar inicialização rápida e salve.

Essas mudanças não custam nada e ajudam a eliminar interferências “silenciosas” no caminho do input. Se você percebe stutters ao minimizar janelas ou rolar páginas, vale muito testar.

Hardware e periféricos: escolhas que fazem diferença

Configuração nenhuma faz milagre se o gargalo estiver no dispositivo. Mouse e teclado com alta taxa de polling, por exemplo, enviam atualizações mais frequentes ao PC, reduzindo a janela entre um movimento e outro. Isso reflete diretamente na sensação de controle.

Se puder, evite hubs USB baratos entre o periférico e a porta do PC. Cada camada extra pode adicionar latência e instabilidade, ainda mais se o hub não for alimentado e estiver dividido com outros dispositivos. Ligar o mouse/teclado diretamente na traseira da placa-mãe geralmente é a melhor pedida.

Conexões com fio seguem sendo a opção mais previsível em termos de latência. Wireless evoluiu muito, mas em ambientes com interferência, a chance de variação na resposta aumenta. Para o competitivo, cabo ainda é rei.

O monitor é parte do circuito. Uma taxa de atualização mais alta (120 Hz, 144 Hz ou mais) e um bom overdrive podem reduzir o tempo de resposta visual, deixando tudo mais consistente com as entradas que você faz. Sem isso, o restante do sistema fica limitado pelo display.

Ferramentas avançadas: ISLC e Timer Resolution

Para quem gosta de tunar cada detalhe, duas ferramentas são bastante citadas: ISLC (Intelligent Standby List Cleaner) e Timer Resolution Tool. Elas não são obrigatórias, mas podem ajudar em cenários específicos. Use com cautela e somente se entender o que está fazendo.

O ISLC gerencia a lista de memória em standby para evitar que o Windows segure blocos que poderiam ser liberados durante o jogo. Ao manter a memória mais disponível, alguns títulos rodam com menos travadinhas, beneficiando a consistência da resposta. Não é um ganho universal, mas em certas combinações de hardware e jogo, faz diferença.

Já o Timer Resolution força o temporizador do sistema para um intervalo menor. Reduzindo a granularidade do clock, alguns processos de input e renderização conseguem sincronizar melhor. Mais uma vez, é ferramenta avançada: avalie prós e contras e sempre teste antes e depois.

Caso real: stutter no desktop mesmo com PC novo

Um cenário comum: a pessoa troca boa parte do hardware e, ainda assim, percebe “arrastos” na interface do Windows – animações de minimizar/maximizar mais lentas em certos momentos, rolagem de páginas web aos solavancos, apesar de, nos jogos, tudo parecer normal. Isso aponta para um problema no caminho de entrada e renderização da interface do sistema, não necessariamente do desempenho bruto em games.

Nesse tipo de caso, vale aplicar rigorosamente os ajustes acima, em especial os de energia USB e prioridade no Registro. Desativar a suspensão seletiva e impedir que o Windows desligue os hubs raiz atacam diretamente a latência “flutuante” de periféricos; o ajuste do Win32PrioritySeparation ajuda a dar mais responsividade às animações e ações de primeiro plano.

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Também é importante revisar drivers de vídeo e do chipset. Mesmo com GPU integrada ou dedicada, um driver de vídeo defasado pode causar gaguejos em aceleração 2D/3D da interface. Atualize pela NVIDIA (ou pelo fabricante que usar) e instale os drivers do chipset da placa-mãe recomendados pelo fabricante para seu modelo.

No Windows 10 e 11, recursos como Teclas de Filtro e Inicialização Rápida já mostraram interferir em cenários prolongados. Tirar essas camadas do caminho tende a estabilizar a experiência diária, especialmente quando o PC fica muito tempo em funcionamento sem reiniciar.

Por fim, teste com o navegador e apps que você usa. Ativar ou desativar aceleração por hardware no navegador pode mudar a forma como a GPU lida com a rolagem; vale alternar essa opção para ver se o stutter some. E, claro, confira se o plano de energia está em Alto Desempenho (ou equivalente) e se não há softwares em segundo plano monopolizando disco ou CPU em momentos aleatórios.

Checklist rápido para reduzir o input lag

Se você quer um roteiro prático para atacar as principais causas, aqui vai um sumário dos pontos-chave que já detalhamos acima. Use como lista de verificação e marque o que já foi feito:

  • Registro: ajustar Win32PrioritySeparation para 40 (Decimal) em HKEY_LOCAL_MACHINE\SYSTEM\CurrentControlSet\Control\PriorityControl.
  • Energia USB: desativar a suspensão seletiva no plano de energia; impedir que o Windows desligue hubs raiz USB no Gerenciador de Dispositivos.
  • NVIDIA: Modo de baixa latência em Ultra; V-Sync desativado com G-Sync/FreeSync; frames pré-renderizados em 1; Reflex ativado quando disponível.
  • Windows: desativar Teclas de Filtro e Inicialização Rápida.
  • Periféricos e monitor: alta taxa de polling, conexão com fio, sem hubs intermediários; monitor com alta taxa de atualização.
  • Ferramentas (opcional): ISLC e Timer Resolution, somente se souber usar.

Com esses passos, você cobre as frentes mais comuns que geram ou amplificam input lag no Windows. Não é uma bala de prata, mas é um pacote de otimizações que, somadas, costumam entregar uma sensação bem mais “na mão”.

Quando tudo isso está no lugar, a experiência de uso melhora não só nos jogos, mas no dia a dia: janelas que abrem e fecham sem soluços, rolagem mais aveludada e menus que acompanham seu clique sem hesitar. Milissegundos importam, e o Windows, afinado, deixa de ser um gargalo para virar aliado.

Na prática, vale revisar periodicamente se alguma atualização do sistema ou de driver não reverteu configurações, especialmente em grandes updates. Manter drivers atualizados e revalidar as opções do plano de energia após grandes atualizações evita regressões silenciosas. Se o problema persistir, teste outro periférico temporariamente para isolar a causa e, se possível, outra porta USB diretamente na placa-mãe.

A combinação de ajustes no Registro, energia USB bem configurada, driver de GPU no ponto e funções desnecessárias do Windows desativadas cria um caminho de entrada enxuto. Com o terreno limpo, seu hardware mostra o que é capaz, e a sua mão sente a diferença no primeiro flick.

 

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