- Samsung One UI é a interface própria da marca, com foco em uso confortável em telas grandes, personalização profunda e integração com o ecossistema Galaxy.
- Ao longo das versões de 1.0 a 8.5, a One UI trouxe melhorias em design, câmera, produtividade, privacidade, conectividade e atualizações mais longas.
- Galaxy AI virou peça central em versões recentes, com tradução em tempo real, legendas de áudio, edição inteligente de fotos, proteção contra golpes e novos assistentes de texto.
- One UI 8.5 refina o modo escuro com ícones adaptados, adiciona Meeting Assistant, Smart Clipboard, Social Composer e Touch Assistant, e foca em desempenho, bateria e bem‑estar digital.

Samsung One UI é a “cara” que a Samsung coloca por cima do Android, o que quer dizer que não é só um tema bonitinho, mas sim todo um conjunto de apps, menus, animações, funções de IA e ferramentas pensadas para deixar os Galaxy mais fáceis de usar, principalmente em telas grandes. Desde que foi apresentada em 2018, a ideia tem sido sempre a mesma: fazer hardware e software trabalharem em sintonia para que o telefone pareça natural na mão.
Ao longo dos anos, One UI foi ganhando versões e recursos para todos os tipos de usuários: desde quem só quer personalizar a tela de bloqueio e trocar ícones, até quem precisa de produtividade pesada com DeX, multijanela, painel lateral Edge e integração com Windows. Nas últimas gerações, a Samsung ainda adicionou a camada Galaxy AI, com tradução em tempo real, legendas automáticas, edição inteligente de fotos e até detecção de golpes de phishing.
O que é Samsung One UI e por que ela é diferente de Android “puro”
One UI é a interface de usuário personalizada da Samsung baseada em Android, usada em celulares, tablets, dobráveis, relógios e, em breve, até em TVs, monitores e eletrodomésticos da marca. Ela surgiu para substituir o antigo TouchWiz / Samsung Experience, trazendo um visual mais limpo, gestos mais modernos e uma organização pensada especificamente para telefones grandes.
Um dos pilares de design da One UI é a divisão da tela em duas zonas: a parte inferior, onde ficam os botões e elementos que você toca o tempo todo, e a parte superior, onde se concentram títulos grandes, informações e opções menos usadas. Isso faz com que você consiga alcançar praticamente tudo com o polegar, mesmo em aparelhos gigantes como a linha Galaxy S Ultra ou os dobráveis Fold.
Outro ponto central é a personalização profunda sem complicar demais: dá para trocar temas, esquema de cores, ícones, formas de pasta, fontes e até ajustar a paleta com base no papel de parede (Material You / Material Theming), mas o sistema tenta manter sempre uma aparência coerente, principalmente nas apps da própria Samsung.
One UI também redesenhou a navegação e o modo noturno para o ecossistema Galaxy: você pode usar navegação por botões ou por gestos, com diferentes estilos, e o modo escuro é aplicado ao sistema inteiro, incluindo apps compatíveis e elementos como painel rápido e tela Sempre Ativa (Always On Display). Desde bem cedo a Samsung apostou em gestos próprios e num Dark Mode consistente, algo que mais tarde o próprio Android adotaria nativamente.
Evolução das versões de One UI: da 1.0 até a 8.5

Cada geração de One UI veio acompanhada de uma grande atualização de Android e, muitas vezes, com novos Galaxy topo de linha. Ao longo do tempo, a Samsung foi refinando o visual, otimizando desempenho, ampliando funções de câmera, segurança, privacidade e, mais recentemente, inteligência artificial.
One UI 1.x (Android 9) marcou a virada em relação ao TouchWiz. A versão 1.0 trouxe o modo escuro de forma mais abrangente, cabeçalhos enormes que empurravam o conteúdo para o centro da tela, ícones desenhados do zero, ferramentas nativas para edição de capturas de tela, melhorias no Always On Display (com opção de “toque para mostrar”) e um Bixby atualizado, permitindo inclusive remapear o botão físico nos aparelhos que tinham essa tecla dedicada.
A navegação por gestos também estreou de forma mais séria em One UI 1.0: enquanto o Android 9 ainda oferecia um sistema de gestos meio limitado e restrito a alguns aparelhos, a Samsung criou sua própria abordagem, com três áreas na parte inferior da tela que você desliza para simular os botões Voltar, Home e Recentes. Essa solução dividiu opiniões, mas foi um passo importante na transição para telas cheias.
One UI 1.1 e 1.5 foram atualizações menores, focadas em estabilidade e integração. A 1.1 trouxe correções para câmara, leitor de digitais e reconhecimento facial, além de pequenos ajustes de desempenho – chegando principalmente à série Galaxy S10. Já a 1.5 ficou famosa pela integração mais profunda com o Windows, especialmente em conjunto com os Galaxy Note 10 e os Galaxy Watches, facilitando espelhar notificações, atender chamadas e acessar fotos direto no PC.
Com One UI 2.x (Android 10), a Samsung começou a focar mais em bem-estar digital e controle de permissões. A versão 2.0 entregou um visual mais refinado em apps como Device Care, adotou oficialmente os novos gestos do Android 10, incluiu gravador de tela nativo, papel de parede dinâmico na tela de bloqueio (mudando a cada desbloqueio), uma Lixeira no app Meus Arquivos, suporte nativo ao Android Auto e controle mais rígido para permissões de localização.
One UI 2.1 expandiu ainda mais a experiência multimídia, trazendo Quick Share (para compartilhar arquivos rapidamente com aparelhos Galaxy próximos), Music Share, novos modos de câmera, suporte a taxa de atualização de 120 Hz em modelos compatíveis e Live Caption integrado. Essa versão estreou na linha Galaxy S20 e Z Flip, chegando depois a diversos aparelhos premium e intermediários mais potentes.
One UI 2.5, lançada com o Galaxy Note 20 e o Z Fold 2, não mudou tudo visualmente, mas adicionou muitos detalhes práticos: melhorias importantes na câmera (como opções avançadas de vídeo), mais recursos no Samsung DeX – incluindo o modo sem fio para TVs compatíveis -, ajustes na navegação por gestos e otimizações gerais em vários serviços do sistema.
One UI 3.x (Android 11) veio com um foco forte em fluidez e polimento visual. A 3.0, que estreou com a família Galaxy S20 em dezembro de 2020, trouxe painel de notificações translúcido, novos controles de volume posicionados próximos às teclas físicas, widgets ligeiramente redesenhados, animações mais suaves e transições mais consistentes por toda a interface. Se você precisa ajustar como o sistema mostra as notificações, por exemplo desativar notificações tipo balões, há guias específicos que ajudam a configurar isso em aparelhos Galaxy.
A atualização 3.1, inaugurada na série Galaxy S21, continuou sendo incremental, mas adicionou recursos de câmera bastante úteis: foco automático por toque mais inteligente, controle de exposição mais acessível, Single Take aprimorado, além de funções como Object Eraser (para remover elementos indesejados das fotos), Multi Mic Recording, Eye Comfort Shield, Private Share e demais melhorias pontuais.
One UI 3.1.1, lançada primeiro no Galaxy Z Fold 3, ajustou a experiência especificamente para dobráveis, com melhor aproveitamento de tela grande, melhorias em multijanela, Flex Mode mais consistente e recursos avançados de produtividade em vários painéis ao mesmo tempo.
One UI 4.x (Android 12) foi a fase em que personalização e privacidade ganharam ainda mais destaque. A 4.0, que chegou primeiro à linha Galaxy S21, reforçou os avisos quando apps acessam microfone, câmara ou dados sensíveis, adotou a filosofia de Material Theming com cores derivadas do papel de parede, e buscou alinhar melhor o visual entre o sistema e apps da própria Samsung.
One UI 4.1 trouxe refinamentos e truques extras: Smart Widgets (widgets empilhados e inteligentes), opção de escolher quanta RAM virtual você quer (2, 4, 6 ou 8 GB), seletor de paleta redesenhado, mais controles de brilho, Modo Pro para mais câmeras, retratos em Modo Noturno e pequenas melhorias espalhadas pela interface.
One UI 5.x (Android 13) aprofundou a parte estética e de usabilidade. A versão 5.0, anunciada em outubro de 2022 e lançada com a série Galaxy S22, permitiu desativar completamente o RAM Plus (antes era obrigatório usar pelo menos 2 GB), trouxe uma tela de bloqueio altamente personalizável (com inspiração no iOS 16), ícones redesenhados, mais apps integradas à paleta Material You – inclusive diversas de terceiros – e ajustes de desempenho e fluidez.
One UI 5.1, estreando no Galaxy S23, deu um empurrão na multitarefa e na bateria, adicionando widget unificado de bateria, sugestões inteligentes em Ajustes e no Spotify, novas funções de câmera e galeria (como ajuste fino de tom em selfies e remasterização mais inteligente de fotos) e, em 5.1.1, melhorias voltadas a dobráveis e tablets, como barra de tarefas mais útil, arrastar-e-soltar com duas mãos e possibilidade de ocultar apps em janelas flutuantes.
One UI 6.x (Android 14) redesenhou o painel rápido e afinou a identidade visual. A 6.0, lançada inicialmente para a família Galaxy S23, trouxe um painel rápido com disposição de botões nova, acesso mais direto ao controle de brilho, notificações organizadas de forma mais lógica, fonte padrão One UI Sans, novos emojis e uma multitarefa mais fluida. Apps nativas como Câmera, Galeria, Editor de Fotos e Clima ganharam funções extra e mais opções de edição.
One UI 6.1 marcou a chegada oficial do pacote Galaxy AI em larga escala, primeiro com a série Galaxy S24. Surgiram recursos como proteção de bateria mais avançada, SuperHDR aplicando-se inclusive aos previews de apps como Instagram e Snapchat, uso do papel de parede da tela de bloqueio na Always On Display, além da fusão de Quick Share (Samsung) com Nearby Share (Google), unificando o envio de arquivos entre Android e Windows.
One UI 6.1.1, exclusiva para Galaxy Z Flip 6, Z Fold 6 e alguns tablets, trouxe novas capacidades de IA para fotografia, como Retrato Estúdio, respostas sugeridas baseadas em contexto de conversa e o recurso de transformar esboços em imagens (Sketch to Image), além de ajustes na barra de tarefas e no gerenciamento de arquivos, incluindo um gerenciador renovado mais prático para copiar e mover documentos.
One UI 7.0 (Android 15) representa uma das maiores mudanças recentes na experiência Galaxy. Lançada oficialmente junto com a linha Galaxy S25, ela estreou primeiro em beta em mercados como EUA, Coreia do Sul e Alemanha, depois expandindo para dobráveis e tablets de ponta. A Samsung refez ícones, widgets, app de Câmera e tela de bloqueio, e dividiu o painel rápido em duas áreas padrão: uma para notificações e outra para controles.
Nos modelos dos EUA, One UI 7 veio ainda com uma mudança polêmica: as apps Telefone, Mensagens e Contatos da Samsung foram substituídas pelas versões do Google, com suporte RCS integrado. Ainda é possível baixar as alternativas da Samsung na Galaxy Store, mas o pacote padrão mudou. Funções como DeX para PC e alguns painéis Edge baixáveis foram removidos em favor do Link to Windows e soluções de terceiros. A versão ainda introduziu novos toques e sons de sistema, os primeiros realmente novos desde a série Galaxy S20.
Pela primeira vez, a Samsung também começou a levar One UI como interface padrão para outros dispositivos do ecossistema, como TVs inteligentes, monitores, projetores e eletrodomésticos. Apesar disso, a distribuição estável de One UI 7 sofreu atrasos consideráveis, fazendo com que, inicialmente, apenas os Galaxy S25 e alguns intermediários recentes viessem com ela de fábrica, enquanto a atualização para modelos mais antigos foi empurrada para datas posteriores.
Acima da 7.0, a Samsung continuou os planos com One UI 8 e 8.5, já baseadas em Android 16, mantendo a estratégia de ciclos anuais e de grandes pacotes de IA. A One UI 8 começou a chegar a aparelhos como Galaxy S23, S22 e diversos intermediários, enquanto a 8.5 está sendo preparada com um programa beta robusto para a série Galaxy S25 e, possivelmente, outros topos de linha.
One UI 8 e 8.5: Android 16, Galaxy AI em alta e mudanças polêmicas
One UI 8 é a evolução natural da camada sobre o Android 16, ampliando tudo o que a Samsung já vinha fazendo em personalização, fluidez e IA. As betas começaram chegando primeiro aos flagships, especialmente à família Galaxy S25, e rapidamente se expandiram para dobráveis mais novos, tablets e depois para a linha A intermediária.
Entre as novidades mais comentadas de One UI 8 está o Voice Captioning, uma função capaz de transformar praticamente qualquer áudio em texto com legendas instantâneas. Isso vale para vídeos, chamadas e até conversas presenciais – uma mão na roda para acessibilidade, estudo de idiomas e para usar o telefone em ambientes barulhentos ou silenciosos, onde você não pode aumentar o som.
A Samsung também reforçou o DeX em algumas compilações de teste de One UI 8, integrando melhor o modo desktop aos recursos de Android 16 e permitindo uma experiência mais próxima de um PC real. Ainda assim, havia sinais de que a empresa pretendia reorganizar o papel do DeX no ecossistema, com rumores e testes que depois acabaram culminando em cortes mais drásticos em versões seguintes.
Uma das polêmicas de One UI 8 é justamente a remoção de algumas funções em determinados modelos, principalmente na série Galaxy S25, onde certas capacidades do DeX e integrações clássicas sofreram alterações ou foram adiadas. A ideia da Samsung parece ser apostar mais em experiências de IA e em modos de uso mais simples, ainda que isso desagrade usuários avançados que viam no DeX um diferencial enorme.
Ao mesmo tempo, One UI 8 trouxe melhorias em conectividade e desempenho de rede, incluindo o uso de inteligência artificial para alternar de forma mais inteligente entre Wi‑Fi e dados móveis, reduzindo quedas de conexão em chamadas, streaming e jogos online. A IA monitora a qualidade do sinal e decide automaticamente qual conexão usar, tentando evitar interrupções.
Outra mudança estrutural é a forma como a Samsung gerencia atualizações. Com a chegada de modelos como o Galaxy A55, o fabricante adotou de vez as atualizações A/B (seamless updates), em que o sistema instala o update numa segunda partição enquanto você continua usando o aparelho. Quando tudo termina, basta reiniciar e pronto, sem ficar eternidades olhando para a tela de “instalando atualização”.
Galaxy AI e os novos recursos de inteligência artificial em One UI
Galaxy AI começou a ganhar destaque com One UI 6.1, mas é em versões mais recentes, como 7, 8 e 8.5, que ele vira protagonista. A Samsung combina modelos locais rodando diretamente no aparelho com processamento em nuvem (via parceiros como Baidu na China e Google Gemini Pro no resto do mundo) para oferecer tradução, resumo, edição de mídia e recursos contextuais.
Entre as funções de comunicação, destacam-se as legendas ao vivo e a tradução em tempo real. Os “subtítulos de chamadas” mostram na tela, durante a ligação, tudo o que cada pessoa está dizendo, em tempo real. Isso ajuda quem tem dificuldade auditiva, quem está em ambientes ruidosos ou quem simplesmente prefere acompanhar a conversa por texto.
Uma das ferramentas mais avançadas é a proteção contra golpes de voz (phishing), disponível inicialmente na Coreia do Sul. A IA consegue analisar conversas com números desconhecidos, comparando o padrão do diálogo com bases de dados de chamadas de golpe fornecidas pela polícia local. Se detectar um possível golpe, o sistema avisa você na hora – e tudo é processado no próprio dispositivo, sem mandar o áudio para servidores externos.
Na área de mídia, a Samsung investiu forte em edição inteligente de fotos e vídeos. Recursos como Retrato Estúdio permitem aplicar efeitos de retrato estilizados não só em pessoas, mas também em cães e gatos, usando estilos como olho de peixe, pintura a óleo e outros filtros criativos. Isso transforma fotos simples de pets e amigos em algo com cara de ensaio fotográfico, sem precisar de apps de terceiros.
O Audio Eraser é outro recurso prático que vem surgindo em One UI com Galaxy AI. A ideia é simples: reduzir automaticamente ruído de vento e outros sons de fundo para que a voz fique clara, tanto em vídeos gravados quanto em áudios. O recurso aparece em apps como Galeria, player de vídeo, Samsung Notes (para notas de áudio), Gravador de Voz e Telefone, facilitando limpar o som sem precisar levar o arquivo para um editor complexo.
Para quem adora mexer nas fotos, a comparação lado a lado da imagem original com a versão editada pela IA é um grande avanço. Depois de usar o Photo Assist em aparelhos como a linha Galaxy Z Fold, você pode ver a foto antes e depois lado a lado na tela principal, o que ajuda muito a decidir se vale a pena aplicar aquela correção ou se o resultado ficou exagerado.
One UI também ganhou recursos inteligentes de organização de informação. O Now brief, por exemplo, entrega ao longo do dia pequenos resumos com atualizações importantes de acordo com seus interesses e contexto: clima, lembretes, notícias relevantes ou sugestões de ações. Ele pode ser acessado pelo painel Edge, por widget na tela inicial e por alertas na Now Bar, a barra contextual que a Samsung vem empurrando como centro de produtividade.
Outras funções de IA otimizam tarefas aparentemente simples, como o AI select, que agora permite selecionar imediatamente uma área da tela quando você chama a função – sem aquele delay irritante – e ver traduções ou resumos lado a lado com o conteúdo original em apps compatíveis, especialmente ao usar o aparelho na horizontal.
One UI 8.5: ícones escuros, mais Galaxy AI e foco em bem‑estar digital
One UI 8.5 surge como uma atualização “meio salto” entre gerações, mas com impacto grande na experiência visual. Um dos problemas antigos do modo escuro em Android – e também em muitas interfaces personalizadas – é que vários ícones de apps nunca se adaptam de verdade ao tema escuro. Eles ficam claros demais, destoando de todo o resto.
Segundo vazamentos confiáveis, One UI 8.5 finalmente ataca esse problema de frente, introduzindo ícones escurecidos de forma mais consistente. Em um vídeo divulgado por um leaker conhecido, dá para ver uma tela inicial em que praticamente todos os ícones se alinham à estética dark, com fundos harmonizados e um leve efeito tridimensional com sombras discretas tanto no modo claro quanto no escuro.
A implementação ainda não é perfeita nas compilações de teste, mas já é clara a intenção da Samsung: fazer com que a home pareça realmente pensada para o modo noturno, sem aquela mistura estranha de ícones muito brilhantes sobre fundos pretos. Isso deixa o conjunto mais agradável aos olhos e melhora a sensação de coerência visual.
Além da parte estética, One UI 8.5 vai aprofundar o pacote Galaxy AI com quatro ferramentas principais: Meeting Assistant, Smart Clipboard, Social Composer e Touch Assistant. Todas são voltadas a produtividade, comunicação e vida digital mais equilibrada, indo além dos recursos já vistos em 6.1, 7.0 e 8.0.
Meeting Assistant é voltada para reuniões, aulas e apresentações. A função deve ser capaz de traduzir em tempo real o que outra pessoa está dizendo em um idioma diferente do seu, exibindo legendas na tela durante a reunião. A expectativa é que se integre com plataformas populares de videoconferência e apps de produtividade, virando uma ferramenta valiosa para quem trabalha ou estuda em ambiente internacional.
Touch Assistant atua na seleção de texto em qualquer aplicativo. Ao destacar um trecho, o sistema vai sugerir ações inteligentes como traduzir para outro idioma, reorganizar o conteúdo, ajustar o tom ou até resumir o texto. É perfeito para quem lida diariamente com e‑mails em outras línguas, documentos técnicos, artigos longos ou posts em redes sociais.
Smart Clipboard é uma evolução do portapapéis tradicional, só que com cérebro. Em vez de apenas guardar o que você copiou, ele analisa o conteúdo e oferece ações contextuais: traduzir, resumir, pesquisar na web, adicionar a favoritos, enviar para uma nota, e assim por diante. O ponto interessante é que você pode copiar textos de apps diferentes e aplicar uma ação conjunta, sem ficar alternando manualmente entre eles.
Social Composer fecha o pacote focando nas redes sociais e mensageiros. A função analisa imagens escolhidas e gera automaticamente uma descrição textual, identificando pessoas, objetos e cenários. Você pode pegar, por exemplo, algumas fotos de um produto que comprou online, deixar o sistema sugerir um texto e publicar direto no Instagram, X ou no app de sua preferência. Isso também ajuda a melhorar a acessibilidade, adicionando descrições para quem usa leitor de tela.
One UI 8.5 também vai reforçar a ideia de bem‑estar digital e uso mais consciente do smartphone. Entre as novidades comentadas em vazamentos estão um “economizador de dados inteligente” para apps que consomem muita banda – como TikTok, Instagram e YouTube – e ajustes que incentivam passar menos tempo rolando feeds, seja por meio de alertas contextuais, seja pela forma como o sistema organiza atalhos, notificações e relatórios de uso.
Outro ponto prático muito citado é a otimização de bateria por IA. A Samsung deve usar modelos de aprendizado para entender seus padrões de uso e ajustar consumo de energia em segundo plano, priorizando os apps importantes e restringindo processos desnecessários. Isso deve resultar em mais horas longe da tomada principalmente em aparelhos que já têm alguns ciclos de uso.
Programa beta, cronograma e disponibilidade do One UI 8.5
De acordo com diversas fontes, a Samsung pretende iniciar o programa beta público de One UI 8.5 em dezembro, começando pela série Galaxy S25. A data que mais se repete nos vazamentos é 8 de dezembro, embora a empresa ainda não tenha oficializado o cronograma.
O plano seria dividir o lançamento em fases por país. Na primeira etapa, participariam mercados como Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul e Alemanha, que receberiam a primeira beta a partir do dia 8. Em uma segunda fase, por volta de 22 de dezembro, entrariam Índia e Polônia, ao mesmo tempo em que a turma da primeira leva receberia uma segunda versão de teste com correções.
Fontes ligadas ao ecossistema de firmware Samsung apostam em pelo menos três betas antes do lançamento estável. A terceira beta chegaria na primeira semana de janeiro, se não aparecerem erros muito graves nas versões anteriores. Como sempre, a empresa pode ajustar o calendário de acordo com bugs críticos ou problemas de desempenho detectados pelos usuários.
Há rumores de que o leve atraso em relação a anos anteriores tenha ligação com o planejamento da linha Galaxy S26. A Samsung estaria reorganizando parte do cronograma de desenvolvimento interno, o que acabou empurrando um pouco as datas habituais de programa beta da série S25.
Enquanto isso, firmwares internos de One UI 8.5 já vêm aparecendo para aparelhos de teste como Galaxy S25 Ultra e Galaxy Z Fold 7, o que indica que os ajustes finais estão em andamento em vários formatos de tela (tradicional, dobrável tipo Flip, dobrável tipo Fold, tablets). Isso também gera expectativa sobre quais modelos realmente participarão do beta público.
É praticamente certo que a estrela do programa será a família Galaxy S25, mas ainda não está totalmente claro se outros flagships recentes serão incluídos desde o início ou se a Samsung vai focar primeiro apenas na linha mais nova para acelerar o desenvolvimento. O fato de já existirem builds rodando em múltiplos dispositivos de pré‑produção, no entanto, sugere que a lista de compatíveis deve ser ampla após o lançamento estável.
A previsão geral é de que One UI 8.5 seja lançada oficialmente junto da série Galaxy S26, em fevereiro de 2026, chegando em seguida a outros modelos topo de linha e a dobráveis recentes. A Samsung vem mantendo uma política agressiva de suporte: para muitos aparelhos lançados a partir de 2021, a marca promete até quatro grandes atualizações de One UI / Android e cinco anos de patches de segurança, o que garante a chegada de versões como 7, 8 e 8.5 a uma grande quantidade de dispositivos.
One UI na prática: apps, ferramentas e exemplos do dia a dia
A experiência de usar One UI no dia a dia vai muito além de ícones bonitos e menus redesenhados. A Samsung inclui diversas pequenas funções que, somadas, mudam bastante o jeito de mexer no telefone, principalmente se você explora bem as opções de personalização e produtividade.
Um bom exemplo é o Quick Share. Ele permite enviar e receber arquivos quase instantaneamente entre aparelhos Galaxy próximos: basta ativar o botão no painel rápido e escolher o destino. Com a fusão com o Nearby Share do Google, o sistema ficou mais integrado ao ecossistema Android e até a PCs com Windows, simplificando o compartilhamento de fotos, vídeos e documentos pesados.
O app Meus Arquivos (My Files) ganhou recursos como filtros por origem de download, o que ajuda a encontrar rapidamente o que foi baixado do navegador, de um mensageiro específico ou de outro app. Em telas grandes, como tablets e dobráveis, ele ainda oferece visualização em múltiplos painéis, abrindo cada pasta em uma coluna separado – algo que torna a navegação e o gerenciamento de pastas bem mais intuitivos.
O navegador Samsung Internet também foi redesenhado para dar acesso rápido às funções mais usadas. O menu ficou mais enxuto e personalizável, permitindo colocar os atalhos que você realmente usa à mão, como modo secreto, bloqueadores, captura da página inteira e sincronização com outros dispositivos Galaxy.
Até apps simples como Calculadora receberam atenção. Com atualizações recentes, a calculadora científica passou a funcionar bem tanto em modo retrato quanto em paisagem, sem precisar girar o aparelho para ter acesso às funções avançadas. É o tipo de detalhe que parece pequeno, mas faz diferença na rotina de quem usa o recurso com frequência.
Outro recurso que exemplifica bem a filosofia da Samsung é a Now Bar, especialmente em dispositivos como a série Galaxy Z Flip. Ela permite acessar controles multimídia, cronômetro, temporizador, gravador de voz, Samsung Health, Interpreter e outras funções essenciais direto da tela de bloqueio ou da tela externa, sem precisar desbloquear completamente o telefone.
Em aparelhos dobráveis maiores, como a linha Galaxy Z Fold, o sistema explora melhor o espaço extra, oferecendo multitarefa em múltiplas janelas, barra de tarefas em estilo desktop, painel de arquivos em colunas e integração com stylus (S Pen) em modelos compatíveis. Isso faz com que One UI se aproxime ainda mais do uso de um tablet ou mesmo de um notebook, especialmente com o apoio do DeX em telas externas.
Painel Edge e personalização avançada do uso diário
Um dos recursos mais subestimados de One UI é o painel lateral, o famoso Edge Panel. Muita gente sabe que ele está ali, vê a “abinha” no canto da tela, mas acaba ignorando. Quando você realmente para alguns minutos para configurá-lo direito, ele vira praticamente o centro da navegação no aparelho.
No modo mais simples, o painel Edge permite colocar seus apps mais usados. Em vez de voltar sempre para a tela inicial para trocar de aplicativo, você puxa a borda e toca no atalho desejado. Com cinco ou seis apps bem escolhidos (WhatsApp, navegador, câmera, notas, streaming de música, por exemplo), já dá para reduzir muitos toques desnecessários.
Mas o Edge Panel vai além de uma grade de ícones. É possível ativar tipos diferentes de painéis: um de apps, outro de tarefas, um de portapapéis, de ferramentas, de contatos favoritos e até painéis de terceiros baixados na Galaxy Store. O painel de tarefas, em particular, é extremamente poderoso.
O painel de tarefas permite criar pares de apps em tela dividida e abri‑los com um toque. Por exemplo, YouTube na parte superior e Telegram na parte inferior para comentar um vídeo; ou navegador e e‑mail lado a lado para revisar documentos de trabalho. Antes, isso exigia abrir um app, ir ao menu de multijanela, procurar o outro e ajustar as janelas. Com o Edge Panel, basta puxar a aba e tocar na combinação pronta.
O painel de ferramentas também acaba se tornando viciante depois que você se acostuma. Regra, lanterna, contador, gravador, bússola e outros utilitários ficam a um gesto de distância, sem precisar vasculhar menus. A soma de várias pequenas economias de tempo deixa a sensação de que o telefone responde mais rápido ao que você quer fazer.
Para o painel Edge funcionar bem, é essencial configurar a posição, transparência e sensibilidade. Mover a aba um pouco para cima ou para baixo, ajustar o quão visível ela é e escolher em que lado da tela ela fica evita toques acidentais e faz o gesto se encaixar naturalmente na forma como você segura o telefone.
Também vale a pena encarar o painel como uma espécie de “canivete suíço minimalista”: em vez de encher de dezenas de apps, concentrar apenas o que você usa o tempo todo. Um painel de apps com o básico, um de tarefas com três ou quatro combos de multijanela e um de ferramentas essenciais já mudam a forma como você interage com o Galaxy ao longo do dia.
No fim, é justamente a soma de recursos como Edge Panel, Now Bar, Quick Share, Galaxy AI e multitarefa refinada que dá identidade à One UI. Alguns usuários acabam nem explorando metade dessas funções, mas quem mergulha um pouco mais percebe que boa parte da “magia” de usar um Galaxy vem dessas camadas extras que a Samsung coloca sobre o Android padrão.
Com a chegada de One UI 8.5 e de recursos mais maduros de IA, ícones mais bem integrados ao modo escuro, melhorias em bateria, rede e produtividade, a interface da Samsung continua se afastando do Android genérico para virar um ecossistema próprio, cheio de truques e atalhos que, quando bem configurados, fazem a experiência de uso parecer mais rápida, inteligente e personalizada para o seu jeito de usar o smartphone.
